quarta-feira, 2 de setembro de 2009

O 1º amor... porque raio ninguem o esquece??

Durante a minha curta existência não consigo precisar quantas vezes ouvi a expressão "O primeiro amor nunca se esquece."
Nunca entendi isto.
Eu esqueço-me facilmente das coisas por isso não me estava a imaginar a recordar um primeiro amor vinte ou trinta anos depois. Não fazia muito sentido pra mim.
Mas a verdade é que esta teoria confirma-se. Nunca ouvi ninguém dizer "Primeiro amor??hmmm... já não me lembro!"

Mas por que é que é assim tão dificil de esquecê-lo?
Talvez por ser uma grande mistura de primeiras coisas. Este primeiro amor implica uma grande panóplia de primeiras experiências quer fisicas quer emocionais.
No meu caso, por exemplo, foi a primeira vez que me senti desejada, a primeira vez que senti as borboletas voarem no meu estômago, a primeira vez que quis falar e as palavras ficaram presas e a primeira vez eu beijei alguém.
É muita emoção, muitos sentimentos misturados.
Há quem tenha a sorte de poder partilhar estes sentimentos com o seu primeiro amor, mas infelizmente isso nem sempre acontece e isso é mais uma razão que me leva a questionar porque raio é que não o esquecemos!?
Na maior parte dos casos, esta primeira paixoneta só nos tráz é desgostos.
Ou ele nem sonha que nós existimos ou então até se interessa por nós mas depois a coisa não desenvolve muito. Beijinhos aqui e além mas nós ficamos sempre a querer mais.
Ele acaba por arranjar outra e nós lá ficamos a chuchar no dedo.
Mas no entanto, continuamos com esta paixão insaciável que nos consome dia a dia.

Há uns anos atrás eu tive o meu primeiro grande amor/paixão.
Ele sabia que eu existia e até desenvolvemos uma amizade engraçada.
Trocavamos mensagens praticamente o dia todo, todos os dias a toda a hora. Eu desabafava com ele e ele fazia o mesmo comigo.
Levava o tempo todo a querer dizer-lhe o que sentia mas fui demasiado medricas para o fazer.
Sempre que estava com ele sentia-me tão nervosa que chegava a ficar enjoada como se tivesse comido alguma coisa que me tivesse caido mal.
Mas apesar disso tudo, eu sabia que tinha nele um amigo e isso reconfortava-me.
No entanto, as coisas mudaram. Deixei de saber dele. Simplesmente desapareceu da minha vida.
Nem um "adeus" ou um "volto já".
Senti que o mundo ruia à minha volta mas no entanto continuei a amá-lo.
Hoje, váááááários anos depois descobri que ainda o amo com a mesma intensidade como no dia em que ele partiu.
Não me serve de nada. Não o posso ter e ele não me quer da mesma maneira que eu o quero.
Mas continuo a amá-lo, a desejá-lo, a senti-lo todas as noites quando me deito. Se fechar os olhos e recordar os velhos tempos consigo sentir o cheiro da sua pele.
Serei assim tão louca por continuar a amá-lo depois deste tempo todo? Existem mesmo amores que duram uma vida e este é um deles?
Não percebo por que continuo a deixar que ele me domine o pensamento se já sofri tanto por não o poder ter.
Faz sentido continuarmos a recordar um primeiro amor que nos faz sofrer?
Tudo bem que foi, e é, a primeira grande paixão mas não era mais fácil tentar esquecê-lo de uma vez por todas?
Não sei quem inventou esta do "O primeiro amor nunca se esquece" mas fazia jeito que por vezes fosse possivel esquecê-lo...

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