sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Felicidade momentânea

O sentimento não é igual.
Olhamos em frente mas vemos caminhos diferentes.
Gostava que não fosse assim. Queria que me olhasses da mesma forma que olho para ti.
Por mais sinceros que sejamos um com o outro, por vezes sinto que ergues uma parede à tua frente e não me deixas ver o que se passa no teu interior.
Gostava de perceber o que significa para ti. O que significam os momentos de intimidade que partilhamos. Serão tão intensos pra ti como o são para mim? No meu pensar a resposta é não.
Não. Não sei... Talvez. A resposta só tu conheces...
Para mim, todos esses momentos são especiais. Entrego-te todo o meu ser e deixo que vejas a minha alma. Tornas-me transparente.
Apago tudo o que me rodeia e diante de mim apenas existes tu.
Entregamo-nos sem medos nem tabus e por instantes a felicidade toma controlo de mim.
Em conversas soltas, dizes que me queres. Dizes que desejas o meu corpo.
Queres o meu toque, o meu gemer no teu ouvido, queres as minhas mãos a percorrer a tua pele.
Os nossos caminhos cruzam-se e preparo-me para enfrentar o sentimento.
Beijei-te, toquei-te, senti-te.
De olhos fechados desejei que o tempo parasse... para sempre.
A meio de um beijo, afastei-me ligeiramente dos teus lábios e deixei-me ficar bem perto deles só para sentir o teu respirar.
Levantei o olhar, olhei para ti e soltei um sorriso.
"Por que sorris?" - perguntaste tu com uma voz suave.
"Por nada" - respondi. E voltei a sorrir.
Então, olhaste-me nos olhos e num movimento rápido senti a tua mão a entranhar-se firmemente no meu cabelo. Levaste-me até ti e uniste os teus lábios contra os meus. Foi como se os teus olhos tivessem dito "Eu quero-te. Eu adoro-te"
A intensidade do teu olhar e a maneira como me beijaste foi diferente de todas as outras.
Será que foi tudo ilusão minha? Terá isto tudo sido fruto do meu querer? Estarei a confundir o que aconteceu com aquilo que eu gostava que tivesse acontecido?...
É provável...
Talvez um dia o vento derrube algumas pedras do teu muro e, por entre os espaços vazios, eu consiga espreitar para dentro de ti. Só assim poderei saber o que realmente sentes.
Mesmo que não encontre as respostas mais agradáveis vou sempre recordar com carinho os momentos de felicidade que tu me proporcionaste.

Vou sempre lembrar-me que, numa noite em que o céu estava coberto de nuvens e não havia luar, houve um instante em que o tempo parou de correr e eu senti que o sentimento que nos unia era o mesmo...

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