sábado, 15 de agosto de 2009

Perseguição controlada

Hoje pude olhar-te!
Não foi combinado, não foi sequer pensado.
Cheguei, e reparei que também tinhas acabado de chegar. O que senti? O mesmo de sempre: Felicidade!
Quase que não conseguia acreditar... TU ali tão perto.
Lindo, perfeito, mas infelizmente, intocável.
Doí demais ver-te assim. Ver outra pessoa ao teu lado mata-me por dentro.
Concentrei-me só em olhar para ti e esqueci tudo o que nos envolvia.
Adorei.
Passei por ti várias vezes sem te olhar... sabia que partilhávamos o mesmo pensamento.
Não era preciso dizer nada... O silêncio que se sentia quando nos cruzava-mos era muito mais intenso do que qualquer palavra que pudesse ser proferida.
Fiz questão que os nossos caminhos se cruzassem vezes sem conta...
Alguém reparou? Não... somos demasiados bons nesta arte.
Vi-te sorrir... vi-te no ambiente que te pertence e desejei poder fazer parte dele. Facilmente desisti da ideia para não entrar em fantasias desnecessárias.
E lá estava eu.. assim do nada, como se fosse destino, a partilhar o mesmo espaço contigo.
A vontade de querer aproximar-me de ti era do tamanho do mundo.
Tão perto e ao mesmo tempo estavas imensamente longe...
Olhei-te, observei todos os teus traços, imaginei-me a tocar na tua pele... consegui sentir o teu cheiro doce. Fechei os olhos e por breves segundos senti que me pertencias.
Então, as minhas forças deixaram de existir... Naquele momento quebrei a tal barreira que deve existir entre nós. Senti-a a desmoronar como se fosse açúcar à chuva.
Depois de observar os teus perfeitos traços, desviei o olhar para o infinito. Com o olhar vazio deixei-me cair numa imensidão de pensamentos e foi então que comecei a sentir as lágrimas a invadirem-me... Disse-lhes para voltarem para trás.
Doeu.
No entanto, continuei a observar-te. Estavas ali tão perto que era impossível resistir à tentação de te olhar.
Deliciei-me com todos os teus movimentos.
Se a perfeição existe, então eu cruzei-me com ela mais uma vez.
Sentia-me tremer cada vez que desviavas o olhar na minha direcção.
Quando voltei a procurar-te com o olhar, reparei que tinhas deixado a sala. Persegui-te até à outra divisão e a medo trocamos algumas palavras. Foi uma conversa curta, rápida mas foi o único momento em que pude respirar. Por breves instantes não tive de fingir que eras um estranho.
Quando viraste as costas voltei à realidade.
Depois daquela porta seriamos dois estranhos novamente.
Sentei-me e continuei a observar-te.
A sede que tinha de ti crescia a cada segundo que passava. Tudo o que queria era poder tocar-te... sentir-te bem junto a mim.
Mas não. Olhei apenas.
A noite tinha chegado ao fim... Uma sensação de tristeza apoderou-se de mim e senti novamente as lágrimas a quererem sair e mais uma vez disse-lhes para voltarem para trás.
Seguimos destinos diferentes mas no entanto tu foste comigo.
Sim, eu levei-te comigo.
Levei todos os olhares, os sorrisos, os gestos... levei-te e guardei-te só para mim.
Pelo menos desta maneira podias ser meu.
Acabei a noite olhando o céu.
Estava magnifico... eram muitos os pontinhos brilhantes que o decoravam.
A Lua, por sua vez, estava como sempre: perfeita.
Mergulhei em memórias e vi-te novamente... mas desta vez era só em pensamento.
Recordei todos os momentos daquela noite e entrei num estado de euforia silenciosa.
Consegui ver-te na escuridão da noite... Imaginei-te ali ao meu lado.
Então, olhei-te mais uma vez e sorri de felicidade.

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